Já imaginou a sensação de perder aquele bichinho de estimação que você tem há muitos anos e que já faz parte da família? Ou então, a sensação de perder aquela meia, calcinha ou cueca que você acredita te trazer sorte? Que tal imaginar agora como seria passar uma semana inteira sem acessar a internet, ou então ficar longe do seu celular (aquele inseparável que faz com que a sua vida se movimente)?
Pois é, tudo isso, provavelmente é muito difícil para a maioria de nós, mas não se compara a imensa dor de imaginar perder a pessoa que você mais ama no mundo! Digo isso por experiência própria. Minha mãe sempre foi uma mulher muito forte! Guerreira, trabalhadora, sempre lutou muito para me dar o melhor. Investiu tudo o que pôde em mim e me amou (e ama) com a força mais intensa que existe no mundo. Todos os bons adjetivos que existem são poucos para defini-la completamente. Ela é o tipo de mulher que faz qualquer pessoa se encantar. Sua humildade, bondade e generosidade cativam as pessoas num primeiro contato. Até as pessoas que fizeram algum tipo de mal à ela, conseguem seu perdão e acabam reconhecendo a grande mulher que ela é.
Nós somos muito diferentes! Ela é mais reservada, eu sou muito escrachada. Ela é mais tímida e eu... bem, quem me conhece sabe que a timidez passou longe de mim... *rs* Ela sabe bem a hora de calar, e eu não consigo travar minha língua. Ela é super controlada e eu sou o descontrole em pessoa. Apesar de todas essas diferenças e de algumas outras que eu não lembro agora, ela é a mulher mais incrível que eu conheço. Tudo o que eu sou (e que sei que vou ser) eu devo a ela, que me educou e me ensinou todos os valores que uma pessoa de bem deve ter. Agora que ela está doente, estou sentindo o maior medo que já senti em toda a minha vida. Medo de perdê-la! A tristeza de vê-la sofrer me faz muito mal. Às vezes acho que ela pensa que não estou ligando muito para o que está acontecendo com ela, mas eu tento parecer forte para não enfraquecê-la mais ainda. Tento tirar forças não sei de onde para acreditar que tudo isso vai passar e que vai ficar tudo bem, mas só eu sei como é difícil me controlar pra não desabar na frente dela. Temos tido pouco tempo juntas, e me sinto culpada por isso, mas não posso parar de trabalhar. Como eu gostaria de cuidar pessoalmente dela, de controlar os horários dos remédios, de fazer carinho até a dor passar... Como eu gostaria de poder retribuir tudo o que ela já fez por mim, e olha que não foi pouco! Sempre que estive doente, minha mãe não desgrudava de mim até que eu estivesse completamente bem. Se eu desse um "ai!" de dor, de madrugada, ela acordava no mesmo minuto pra saber do que eu estava precisando (isso se ela conseguisse dormir).
Agora, no meio dessa confusão toda, parei pra pensar se tinha conseguido ser uma boa filha e não consegui ter essa certeza. Andei meio rebelde durante um período e isso me faz sentir remorso. Como eu pude ser tão arrogante com alguém que lutou a vida inteira por mim? Juro que mesmo não estando presente o tempo inteiro, estou tentando fazer com que ela sinta orgulho de mim, e que tenha a certeza de ter feito de mim uma mulher honesta, com princípios e valores inseridos e cultivados em mim, por ela. Sem dúvidas, a minha mãe, é a melhor do mundo. Eu a amo incondicionalmente e não vejo a hora de vê-la bem e poder contar aqui, que ela já está completamente curada. Todas as pessoas que convivem comigo, sabem que tenho uma imensa vontade de ser mãe, e se eu for metade do que a minha mãe foi pra mim, meus filhos serão muito felizes.
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Há 12 anos